Através de mídia social, foi anunciado o desligamento dos coreógrafos Ricardo Negreiros e Leandro Lion.
Com um enredo “Okê Arô”, em homenagem ao orixá Oxóssi, a agremiação foi vice-campeã no Grupo de Acesso 1 do carnaval de São Paulo e irá abrir os desfiles do Grupo Especial em 2020.
Entramos em contato com o coreógrafo Ricardo Negreiros que nos contou um pouco sobre a sua passagem na Barroca Zona Sul e sobre a sua saída da agremiação, confira:
- Ricardo Negreiros:
“Cheguei na Barroca Zona Sul com a intenção de concorrer em um concurso de enredos e fui chamado para apresentar a minha sugestão. O meu enredo não foi o escolhido, no entanto, recebi o convite para participar da equipe que daria suporte ao carnavalesco Danilo Dantas para o carnaval 2017.
Após alguns meses de trabalho, a Escola me convidou para assumir o projeto da Comissão de Frente. Apesar de não ser o meu foco, aceitei assumir o desafio junto com o Leandro Lion e logo iniciamos as pesquisas de referências para a elaboração da coreografia, figurino e elemento alegórico. Arriscamos até alguns truques de ilusionismo.
O resultado do primeiro carnaval foi bastante satisfatório tanto para nós como para a Escola. Tiramos nota máxima em todos os jurados e fomos campeões, subindo do Grupo de Acesso 2 para o 1. De lá pra cá, o projeto foi encorpando e ganhando mais confiança de toda a diretoria.
Em 2018, conseguimos repetir os resultados com uma apresentação inspirada nos carnavais da década de 20 e em 2019 trouxemos a escravidão como pano de fundo da encenação.
Confesso que este último carnaval mexeu com as emoções de todo o elenco. Perdemos um integrante do grupo que faleceu antes de realizar o seu sonho de desfilar em uma comissão de frente, além do adoecimento do nosso diretor Emerson Franco que, por um lado, entristeceu a todos, mas nos deu mais força para seguirmos em frente ainda mais engajados.
Posso afirmar que o projeto “Okê Arô” marcou a história de cada um daqueles que participou direta ou indiretamente da Comissão de Frente por conta da alta carga de emoção dos exercícios propostos, assim como pela representatividade da história que contamos. Foi arrepiante do começo ao fim.
Hoje deixo a Barroca Zona Sul certo de que cumpri a missão de contribuir para a sua volta ao Grupo Especial e me sinto muito honrado em ter tido a oportunidade de participar de um dos marcos da história da querida Faculdade do Samba.”