Entrevista com Rodrigo Pinecio

Rodrigo, poderia nos contar um pouco sobre as suas passagens como componente de comissão de frente no carnaval de São Paulo?

Dançar é algo inexplicável, mágico é o momento onde você se entrega de corpo e alma. Após alguns anos em alas coreografadas, alegorias cênicas e vivendo de perto o trabalho das comissões, meus olhos brilhavam e aí percebi que poderia ir mais além. Assim começa minha trajetória. Em 2013 meu primeiro ano de Comissão no Acadêmicos do Tatuapé, com um personagem bem carioca “Zé Carioca”. Em 2014 um ano emocionante e de muita devoção ao São Jorge, representei o “Cristão”. Em 2015 ano do Ouro, a grandiosidade da fantasia foi um teste de resistência, foi um sucesso. Já em 2016 ano simplesmente inesquecível, dançar e cantar em homenagem a Beija Flor, foi incrível representei o ” Festival de prata”, fui o 15 título da homenageada. Em 2017, ano histórico e tenho muito orgulho, participei do 1º título do Acadêmicos do Tatuapé, ano em que fui Guerreiro, foi realmente perfeito. Foram 5 anos mais que especiais, que sempre estará no coração e sempre serei grato. Em 2018 mudança de cenário e viajo até o Tucuruvi, foi um desfile para ficar marcado pela força, garra e superação.

 

Esse ano de 2018 podemos dizer que foi um carnaval marcante, já que mais da metade das fantasias dos Acadêmicos do Tucuruvi foram queimadas em um incêndio. Como foi entrar na avenida, sabendo que a escola superou tantas dificuldades esse ano?

O incêndio não destruiu somente as fantasias, mas também, sonhos! É realmente é lindo ver a garra de uma comunidade para colocar a escola na avenida e então entramos na pista com o coração na ponta dos pés. Tínhamos certeza que o grupo se dedicou ao máximo em realizar um ótimo desfile. O show da comissão foi o mesmo, sendo julgado ou não. Ver as pessoas emocionadas e a arquibancada aplaudindo e nos passando força é algo inexplicável!

 

E poderia nos falar como eram as rotinas dos ensaios?

Após a equipe ser formada, acontecem algumas reuniões e encontros para apresentar as informações e proposta. Assim se inicia as aulas de estudo dos personagens e também aulas teatrais. Com o tempo, as coreografias começam a criar formas. A intensidade aumenta de repente, de 1 ensaio por semana, passam a ser dois, três e até mesmo 4 ensaios. Não importa se é sábado domingo ou feriado, dias de sol e chuva, os ensaios eram constantes. Sem falar dos ensaios específicos no Anhembi, onde realmente é analisado se a coreografia e desenvolvimento se encaixa na avenida e assim efetuar alterações caso seja necessário. Realmente podemos dizer que a rotina era intensa, porém ao ver o resultado final, tudo se torna gratificante.

 

De fato, para ser integrante de comissão de frente precisa ter muita disponibilidade. Na sua opinião, qual seria a grande dificuldade em ser componente de uma comissão de frente nos dias de hoje?

Acredito que além da disponibilidade de tempo outra dificuldade enfrentada é o desgaste físico e mental que surge ao decorrer dos ensaios e também a falta de valorização e do respeito em relação ao quesito.

 

Rodrigo, agradecemos a atenção e a entrevista realizada!

Hoje agradeço a coreógrafa Mônica, por me mostrar o caminho e pelo grande aprendizado nesses 6 anos. Agradeço a todos que contribuíram com a minha trajetória e crescimento… Em 2019 não tenho nada concreto, ainda sem casa definida, meu futuro é incerto. E claro que não poderia deixar de agradecer a equipe “Comissões de Frente de SP” por me conceder a oportunidade de participar da matéria, por apresentar grandiosamente o nosso quesito ao mundo do Carnaval e por engrandecer o carnaval paulistano. Muito Obrigado!

 

Confira algumas fotos do desfile da comissão de frente Acadêmicos do Tucuruvi de 2018!!!

 

 

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